terça-feira, 19 de março de 2013

Vegetarianismo Sem Mi Mi Mi


     Bom, primeiro eu gostaria de dizer que não sou vegetariana e sim ovo-lacto vegetariana. Muitas pessoas não sabem mas existe uma diferença grande ser vegetariano e ser Vegan e dentre os vegetarianos várias sub-classificações. Eu sou ovo-lacto vegetariana o que significa que eu consumo leite e ovos, evito ao máximo comprar produtos em que animais precisaram ser mortos ou torturados para sua fabricação e não como nenhum tipo de carne. NEM PEIXE? Não, nem peixe. Preciso também deixar bem claro que prezo o bem estar de todos e que não estou aqui para convencer ninguém a parar de comer carne, cada um deve fazer o que acha melhor para si e para o meio ambiente com que interage.
     O único sentido desse texto é expressar a minha opinião pessoal sobre o assunto para que as pessoas parem de me perguntar o tempo inteiro e eu tenha sempre que pensar em uma resposta e também para que algumas pessoas se conscientizem de que ser vegetariano não é nenhuma esquisitice. Essa pergunta já foi feita para mim diversas vezes assim como também já foi feita para o Fernando, do blog Reflexão Geral, de onde eu tirei minha inspiração para o post . Espero que ele não se incomode.
    O ponto principal da minha opção vegetariana, assim como o Fernando, é que 1º Eu não preciso comer carne para ser uma pessoa feliz e saudável (alguns cientistas dizem até mais saudável do que os não-vegetarianos nos colocando no tophealth) e 2º Pra que contribuir para uma indústria de matança se eu não necessito comer carne para ser saudável? Sim, eu amo os animais e a natureza, tenho uma enorme vontade de protege-los e etc., mas não se trata só disso. Também tive experiências traumáticas na infância que me tangenciaram a escolher ser vegetariana aos 14 anos como por exemplo  assistir a fabricação de uma linguiça ou a minha galinha de estimação que um dia foi pra panela.
     Quando se trata da indústria por trás dos alimentos acho que isso tudo já se transformou numa tremenda normose. Normose? Sim, já explico. Normose, segundo o livro Adultos Índigo de Ingrid Beñete,  são normas, valores, regras, estereótipos, conceitos formas de pensar ou de agir aprovadas pela maioria de determinada população e que levam a doenças, sofrimento e morte. Em outras palavras, são normas patogênicas ou letais, executadas sem que seus atores tenham consciência desta natureza patológica, ou seja, são de natureza inconsciente. Assim, a normose, segundo Jean Yves Leloup, citado por Pierre Weil (1993), é um termo utilizado para designar o comportamento visto como normal e quando é, na realidade, anormal. E aí as pessoas, para justificar sua normose, vem com aqueles argumentos de que todo vegetariano já está cansado: mas o normal é comer carne, nós sempre fomos caçadores desde a idade da pedra, etc.
     Se tornou tão nosmósico (e sim, eu acabei de transformar essa palavra em um verbo) comer carne que muitas pessoas nem sequer param para pensar como foi que aquele alimento foi parar no prato delas e pior, quando param, acham tudo muito natural. Eu não, fiquei espantada a ponto de me tornar vegetariana. Não acho que todos devam ser vegetarianos, longe disso, como já disse respeito a opção de cada um, só acho que já que a maioria vai comer carne que essa maioria seja pelo menos bem informada a respeito do alimento que está consumindo e também que os animais não sofram tanto. Na Nova Zelândia por exemplo boa parte das ovelhas vive sua vida feliz e contente num pasto a perder de vista antes de ser rapidamente abatida num belo dia de verão pra virar banquete. No Brasil não é bem assim. A maioria dos animais vive encarcerada e sem a menor qualidade de vida, presos em espaços onde não podem se movimentar tendo suas vidas como o único intuito de servir de alimento um dia, acho triste.
     Eu não sou dessas pessoas que passa pela rua e nem sequer dá um bom dia pra aquele ser cabisbaixo que passou do teu lado, tão pertinho, o que custa? Eu tenho um senso de comunidade e cidadania muito grande. Não sou desses que passam pelas senhoras inválidas nas ruas pedindo esmola e fingem que não estão vendo, ou pior, que o problema não é deles. E também não sou dessas pessoas que vê um sistema cruel ser posto em prática em massa e não faz nada para mudar isso, não! Eu acredito que o exemplo é o que move a sociedade, eu estou dando o meu.
     E aí, só porque eu sou vegetariana, me vem já falando que eu concordo com esses militantes malucos que temos hoje em dia por aí que chegam até a dar dados científicos falsos para convencer as pessoas a serem vegetarianos. Não, eu não concordo com essas pessoas. Não é porque sou vegetariana que estou de acordo com todos os outros vegetarianos do planeta Terra, muito pelo contrário. Acho até que esse tipo de gente mancha a ideia do vegetarianismo e faz as pessoas acharem que isso é uma ´´esquisitice´´ ou que pessoas como o Fernando não queiram se intitular vegetarianos.
     Agora as pessoas vão querer também usar aquele argumento maravilhoso dos produtos que consumimos terem sua parcela de culpa na matança animal. Como já disse os vegetarianos EVITAM esse tipo de produto, até porque não há como se livrar totalmente deles. Agora se você evita totalmente você é um Vegano e não um Vegetariano. Entendam a diferença. E também tem outros argumentos bem conhecidos como os argumentos religiosos mas nem vou entrar muito nesse mérito, se alguém quiser depois que comente e eu farei um texto inteiro só para rebater esse argumento de forma bem feita. E o pior de todos os argumentos é que a carne não pode ser substituída por nenhum outro alimento e que por isso os vegetarianos não são saudáveis... Esse eu não vou nem comentar, todo mundo que não nega conhecimento científico sabe qual é a verdadeira resposta pra isso.

8 comentários:

  1. Oi! Nossa, fico feliz que eu tenha te inspirado a escrever um texto sobre esse assunto. Ficou muito bom! Nem preciso dizer que concordo com tudo.

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    1. Muito obrigada Fernando! Que bom que você gostou do texto, a gente se entende haha Beijo Beijo

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  2. Gostei muito!
    Vegetarianismo, um dia, humanidade, chegaremos lá. Um beijo procê, Babitta!

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    1. E tomara que esse dia chegue antes d´eu morrer, e como eu não pretendo deixar esse corpitcho antes dos 80... Aguardemos!

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  3. Gostei da postagem!

    Já fui "vegetariano" por um tempo, mas acabei sendo "normosicado" e voltei a consumir produto animal. Só que depois dessa fase, não consegui mais comer a "carne vermelha", mas isso não faz diferença, porque o boi é tão animal quanto a galinha.

    Tem um documentário que chama "A Carne é Fraca", que ele mostra exatamente como funciona a produção animal: uma matança absurda!

    A carne de vitela é o que mais me chocou! Para fazer este "produto", os bezerrinhos são alimentados só com leite, e presos em um cubo escuro, com as pernas e braços amarrados para NUNCA sentarem ou deitarem. Quando estão quase morrendo, são abatidos.

    Entretanto, aqui em casa, diminuímos bastante o consumo de carne. Quero caminhar para o consumo mínimo deste produto; mas fico pensativo em relação ao leite, porque está presente em tudo... mas tudo bem... um dia nossa sociedade mudará o modo de produção.

    Neste documentário, os autores colocam a alimentação carnívora como um dos principais motivos para a fome mundial. Um dos argumentos é que o gado utiliza muitas terras para produzir, e se estas terras fossem utilizadas para a agricultura familiar, daria para produzir proporcionalmente, mais comida do que carne.

    Sua postagem foi um incentivo.
    Luz e Paz

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    1. Obrigada pelo comentário! Que bom que você gostou.
      Adoro quando você diz que o boi é tão animal quanto a galinha, uma coisa bem óbvia né? Mas muita gente não encara dessa forma, vai entender! haha
      Eu acho que já vi tanta coisa que vem tenho mais vontade de assistir esses documentários, acho cruel demais, meu estômago já não guenta com essas coisas! Eu só leio as notícias.
      Nossa, que horror essa carne de vitela! Eu não sabia disso!
      Eu já acho que o leite tudo bem consumir, meu argumento vai de que as vacas produzem leite em excesso, logo, dá pra alimentar as pessoas e os bezerros e acho que esse excesso de produção não deve ser a toa, nada é por acaso! Por isso eu consumo leite, mas estou querendo começar a tomar mais leite de soja! Acho que vou me sentir melhor.
      Muito legal as informações desse documentário, gostei.
      Keep Strong!
      Beijo Beijo

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  4. Falou e disse ô/
    Ainda não sou vegetariano, mas desde muito cedo que eu sempre evito ao máximo comer qualquer tipo de carne, sempre achei nojento, e muitas vezes acontece deu abandonar o prato de comida na mesa por ver algo suspeito e desconhecer a proveniência da carne, eu tenho pena dos animais quando imagino que poderiam estar livres e correndo em algum campo por alguma parte do mundo. A vontade de abolir de vez esse hábito carnívoro só aumentam. Eu também já presenciei morte de galinhas em uma feira, elas eram colocadas em uma espécie de cone com água super quente para se retirar as penas, e depois eram mortas de forma cruel em uma mesa muito "higiênica", nunca mais comi carne de galinhas, até a pizza de frango com catupiri que eu tanto gostava eu parei de comer.

    Espero me tornar vegetariano muito em breve. Bjo' :D

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    1. Creio que o vegetarianismo e o veganismo são uma questão de tempo! Muito obrigada pelo comentário, sempre bom ler essas experiências... :)

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Obrigada pelos comentários =D