Bom, primeiro eu gostaria de
dizer que não sou vegetariana e sim ovo-lacto vegetariana. Muitas pessoas não
sabem mas existe uma diferença grande ser vegetariano e ser Vegan e dentre os
vegetarianos várias sub-classificações. Eu sou ovo-lacto vegetariana o que
significa que eu consumo leite e ovos, evito ao máximo comprar produtos em que
animais precisaram ser mortos ou torturados para sua fabricação e não como nenhum
tipo de carne. NEM PEIXE? Não, nem peixe. Preciso também deixar bem claro que
prezo o bem estar de todos e que não estou aqui para convencer ninguém a parar
de comer carne, cada um deve fazer o que acha melhor para si e para o meio
ambiente com que interage.
O único sentido desse texto é
expressar a minha opinião pessoal sobre o assunto para que as pessoas parem de
me perguntar o tempo inteiro e eu tenha sempre que pensar em
uma resposta e também para que algumas pessoas se conscientizem de que ser
vegetariano não é nenhuma esquisitice. Essa pergunta já foi feita para mim
diversas vezes assim como também já foi feita para o Fernando, do blog Reflexão
Geral, de onde eu tirei minha
inspiração para o post .
Espero que ele não se incomode.
O ponto principal da minha opção
vegetariana, assim como o Fernando, é que 1º Eu não preciso comer carne para
ser uma pessoa feliz e saudável (alguns cientistas dizem até mais saudável do
que os não-vegetarianos nos colocando no tophealth)
e 2º Pra que contribuir para uma indústria de matança se eu não necessito comer
carne para ser saudável? Sim, eu amo os animais e a natureza, tenho uma enorme
vontade de protege-los e etc., mas não se trata só disso. Também tive
experiências traumáticas na infância que me tangenciaram a escolher ser
vegetariana aos 14 anos como por exemplo assistir a fabricação de uma linguiça ou a
minha galinha de estimação que um dia foi pra panela.
Quando se trata da indústria por
trás dos alimentos acho que isso tudo já se transformou numa tremenda normose.
Normose? Sim, já explico. Normose, segundo o livro Adultos Índigo de Ingrid Beñete, são normas, valores, regras, estereótipos,
conceitos formas de pensar ou de agir aprovadas pela maioria de determinada
população e que levam a doenças, sofrimento e morte. Em outras palavras, são
normas patogênicas ou letais, executadas sem que seus atores tenham consciência
desta natureza patológica, ou seja, são de natureza inconsciente. Assim, a
normose, segundo Jean Yves Leloup, citado por Pierre Weil (1993), é um termo
utilizado para designar o comportamento visto como normal e quando é, na
realidade, anormal. E aí as pessoas, para justificar sua normose, vem com
aqueles argumentos de que todo vegetariano já está cansado: mas o normal é
comer carne, nós sempre fomos caçadores desde a idade da pedra, etc.
Se tornou tão nosmósico (e sim,
eu acabei de transformar essa palavra em um verbo) comer carne que muitas
pessoas nem sequer param para pensar como foi que aquele alimento foi parar no
prato delas e pior, quando param, acham tudo muito natural. Eu não, fiquei
espantada a ponto de me tornar vegetariana. Não acho que todos devam ser
vegetarianos, longe disso, como já disse respeito a opção de cada um, só acho
que já que a maioria vai comer carne que essa maioria seja pelo menos bem
informada a respeito do alimento que está consumindo e também que os animais
não sofram tanto. Na Nova Zelândia por exemplo boa parte das ovelhas vive sua
vida feliz e contente num pasto a perder de vista antes de ser rapidamente
abatida num belo dia de verão pra virar banquete. No Brasil não é bem assim. A
maioria dos animais vive encarcerada e sem a menor qualidade de vida, presos em
espaços onde não podem se movimentar tendo suas vidas como o único intuito de
servir de alimento um dia, acho triste.
Eu não sou dessas pessoas que
passa pela rua e nem sequer dá um bom dia pra aquele ser cabisbaixo que passou
do teu lado, tão pertinho, o que custa? Eu tenho um senso de comunidade e
cidadania muito grande. Não sou desses que passam pelas senhoras inválidas nas
ruas pedindo esmola e fingem que não estão vendo, ou pior, que o problema não é
deles. E também não sou dessas pessoas que vê um sistema cruel ser posto em
prática em massa e não faz nada para mudar isso, não! Eu acredito que o exemplo
é o que move a sociedade, eu estou dando o meu.
E aí, só porque eu sou
vegetariana, me vem já falando que eu concordo com esses militantes malucos que
temos hoje em dia por aí que chegam até a dar dados científicos falsos para
convencer as pessoas a serem vegetarianos. Não, eu não concordo com essas pessoas.
Não é porque sou vegetariana que estou de acordo com todos os outros
vegetarianos do planeta Terra, muito pelo contrário. Acho até que esse tipo de
gente mancha a ideia do vegetarianismo e faz as pessoas acharem que isso é uma
´´esquisitice´´ ou que pessoas como o Fernando não queiram se intitular
vegetarianos.
Agora as pessoas vão querer
também usar aquele argumento maravilhoso dos produtos que consumimos terem sua
parcela de culpa na matança animal. Como já disse os vegetarianos EVITAM esse
tipo de produto, até porque não há como se livrar totalmente deles. Agora se
você evita totalmente você é um Vegano e não um Vegetariano. Entendam a
diferença. E também tem outros argumentos
bem conhecidos como os argumentos religiosos mas nem vou entrar muito nesse
mérito, se alguém quiser depois que comente e eu farei um texto inteiro só para
rebater esse argumento de forma bem feita. E o pior de todos os argumentos é
que a carne não pode ser substituída por nenhum outro alimento e que por isso
os vegetarianos não são saudáveis... Esse eu não vou nem comentar, todo mundo
que não nega conhecimento científico sabe qual é a verdadeira resposta pra
isso.